A minha mãe sempre me incentivou a ler. Lia-me os livros da Anita, quando eu não tinha sequer idade para perceber. Nunca fui muito de histórias da branca de neve, carochinhas e afins. Mas adorava a Anita. E outros que vieram a seguir. De aventuras de preferencia.
Iamos regularmente a Fátima, era perto, e a minha mãe devota, encontrava em Fátima a paz necessária para aguentar, com 24 anos, uma filha com menos de 3 anos e um marido em coma. E aí me comprava livros. Muitos. Dos pastorinhos. Ensinou-me que os 3 pastorinhos eram os meus melhores amigos imaginários. E eu deliciava-me por ter amigos que vinham nos livros.
Eu sabia as histórias da Anita (e ainda tenho uma coleção imensa), as aventuras dos 3 pastorinhos e outros que não recordo.
Quando fui para a primária já sabia as letras, e foi muito dificil a minha integração, pois tudo era desinteressante, não estava a aprender nada de novo. Desinteressante ao ponto da professora, no dia de aprendermos a letra F, me mandar para a Biblioteca Itinerante da Gulbenkian. E nesse dia fiquei toda inchada, porque os meus colegas estavam na escola a aprender uma letra e eu, fui mandada para a Biblioteca ler. Para a professora foi um castigo que me deu, para mim foi um presente.
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